Primeira face do céu
Ao Rubem Fonseca (em memória)
A presença, como todo pássaro infinito, como todo rosto ignoto, é uma rosa efêmera a flutuar no nada. Foi apenas um castelinho moldado às mãos de um menino, e devassado pelo mar. Sou esse terno frágil entre os prédios, pensei. Sou o pôr do sol amazônico, que incendeia a pele do céu, como uma orquestra de lava vulcânica. Fugaz, agressivo, num átimo. Mas que se evapora a desenhar um rosto de velho agonizante, nem alegre nem triste, apenas ausente. Sentei nas minhas calúnias. Enegrecia o céu, ocultei-me de mim.
Breno Lacerda
Bom dia, gostei e senti o poder da tinta de sua tecla, rs.
ResponderExcluir