Rubem Fonseca |
Faleceu hoje, aos 94 anos, um dos maiores prosadores da literatura brasileira contemporânea: Rubem Fonseca.
Para homenageá-lo, o Base Mao pediu que alguns dos seus colaboradores relatassem o impacto da obra do autor em suas vidas. A seguir, leia os relatos:
Breno Lacerda |
"Rubem Fonseca destruiu os grilhões do marasmo literário em minha vida. "Feliz ano novo", o conto, foi o primeiro soco no estômago. A partir disso, li enlouquecidamente este autor, devotamente os seus contos. Sua morte apaga o brilho moral, o qual todo grande escritor vivo faz rutilar com sua presença, mesmo em inatividade. Contudo, o conforto vem de saber que seus livros ainda estarão na minha prateleira, juntamente com seu retrato ilustrado por Cássio Loredano.
Luto supremo". (Breno Lacerda)
Fernando Monteiro |
"Rubem Fonseca é um convite para aqueles que descobrem o interesse pela literatura já não tão novos. Sua obra é um registro do cotidiano obsceno das grandes cidades, que aflora os dramas urbanos e humanos. Por se tratar de histórias que se desdobram na cidade, seus escritos são ricos de valores e sentimentos humanos que extrapolam os limites da perversidade, da miséria e da transgressão da ordem ao caos. A sua grandeza está eternizada em seus escritos." ( Fernando Monteiro)
Mauricio Braga |
"Meu primeiro contato com Rubem Fonseca foi na universidade, através do livro Feliz Ano Novo. Juntamente com dois colegas, precisei fazer um seminário sobre essa obra. E o que parecia ser apenas mais uma obrigação acadêmica se revelou uma grata surpresa. O livro fora emprestado por uma querida professora e, por algum motivo, literalmente o destroçamos. Arrancávamos cada página lida, como uma reação inconsciente ao que aquelas palavras nos provocavam.
Os contos, em Feliz ano novo, eram como tiros à queima-roupa. Eram sujos, sem nenhuma tentativa de poetização. Crus, baixos, mostravam que o rés-do-chão pode ser mais interessante que os pináculos.
Depois de Feliz ano novo, li muitos outros livros de Fonseca. Alguns bons, outros não. Hoje, em um ano difícil, descubro que o velho partiu. Mas nos deixou sua literatura que, como poucas, soube captar o Brasil brutal, sanguinário, que se esconde sob a máscara de paraíso tropical com povo hospitaleiro.
Descanse em paz, Rubem. Sentiremos sua falta." (Mauricio Braga)
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