Apresentação
Natureza e Religião*
A partir da modernidade, o homem passou a se ver como algo alheio à natureza. A razão, que supostamente permitiu ao homem transformar e dominar essa natureza, foi vista como algo que atestava a separação e a superioridade humana. Foi na esteira desse pensamento que foi forjado um discurso - desvalidado por todos nossos dilemas ambientais contemporâneos, mas ressuscitado na história mais recente por forças reacionárias - de que a natureza é inimiga do progresso e, portanto, do homem.
Na contramão dessa cisão ilusória (acentuada pelo capitalismo), mas que possui consequências bem reais, os desenhos de Lucas Frazão se apresentam como um elemento de religião (no sentido etimológico de religare). Sua obra, nesse sentido, carrega um forte teor místico e simbiótico e busca refazer essa ponte perdida da consciência humana com aquela coisa que lhe é superior e da qual faz parte: a natureza.
Não obstante, essa natureza em Frazão nunca é óbvia. O artista detalha bem as plantas, mostrando que, onde a visão simplória percebe um mato uniforme e homogêneo, ele enxerga e revela uma variedade de coisas que, apesar da heterogeneidade, estão em unidade e equilíbrio.
Ademais, a natureza carrega ainda poeticamente a metáfora da transformação, ocupando, na sua integralidade, externa e internamente os seres. Não é raro então encontrarmos, nos desenhos de Frazão, membros humanos interligados à flora, como se fossem um só corpo.
Assim, esta exposição – no contexto da pandemia, em que a natureza impõe uma interrupção ao ritmo frenético da urbanidade – é um convite a nos reintegrarmos ontologicamente ao cosmos.
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Aquário, de Lucas Reis Frazão |
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Aquário II, de Lucas Reis Frazão |
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Bodozal, de Lucas Reis Frazão |
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Concha, de Lucas Reis Frazão |
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Descendo o rio, de Lucas Reis Frazão |
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Em ciclo, de Lucas Reis Frazão |
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Enraizar ou Flutuar, de Lucas Reis Frazão |
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Evapora, de Lucas Reis Frazão |
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Feminilidade, de Lucas Reis Frazão |
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Mãe Terra, de Lucas Reis Frazão |
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Morada, de Lucas Reis Frazão |
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Mundo Pequeno, de Lucas Reis Frazão |
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Na força da mata, de Lucas Reis Frazão |
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Pisces, de Lucas Reis Frazão |
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Nós e entrenós, de Lucas Reis Frazão |
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Protetor do Igapó, de Lucas Reis Frazão |
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Raízes, de Lucas Reis Frazão |
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Sereia da várzea, de Lucas Reis Frazão |
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Solária, de Lucas Reis Frazão |
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uýra das águas, de Lucas Reis Frazão |
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Várzea Vermelha, de Lucas Reis Frazão |
*Texto de Matheus Cascaes e Mauricio Braga
Parabéns meu filho! ������������
ResponderExcluirFico muito feliz de você poder compartilhar seu talento conosco. ��
Sucesso!
Lindeza de arte! Amei, tudo leve e pulsante! Parabéns!
ResponderExcluirExelente trabalho! Vou ajudar a divulgar suas artes biológicas, desejos muito sucesso
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