Figura Paterna
O chão desses versos marcam
As angústias que me vestem.
Chegou a hora de esconder-me
Do rastilho claudicante, feito a
Álcool e nicotina.
Calou o silêncio, afinado em D minor,
Rompeu os ares com sua voz de dragão,
Coro de mil sons indecifráveis!
Cobria o seu rosto um véu branco,
Pele de outro mundo.
Perfilou os três filhos, pôs-lhes nus
Sobre o madeiro. Arrancou de seus poros
Lágrimas doentes, embebeu-se delas enfim! Quis comer, mas caiu naquelas
Paredes inflamadas de ódio.
Sentou-se em banco frívolo, respirou
Atormentado. Enquanto isso, grunhidos
Embaixo da cama, timbre pontiagudo num piano romântico. A imagem esfacelada de Cristo envolto em mil
Figuras angelicais, que com lenços cuidavam de seu rosto. Tudo ali, naquela sala cerebral, naquele curto espaço de tempo de todos os dias. Levava consigo, num caixão, a mim e todos os meus dias.
+pai
Autor: Breno Lacerda
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