Eu não tenho nada mais caro que minha vida.
Eu, esse homem desprovido de alvoroço
Sou poeta, contador, um mentiroso!
Saudoso pelos caminhos que não vivi
Em tempos que dificilmente existiram
De mulheres tão belas que se vestiam de sereias,
Dos homens sérios, clérigos, heróis de guerra.
Eu, esse homem que vê pela janela o finito do céu,
E a grandeza da rua,
Sou o homem das historias inventadas, das vitorias plagiadas,
Das derrotas embelezadas, dos caminhos mal percorridos
Deixo ao meu filho:
O nada
Que ele faça bom proveito de tudo isso.
Bruno Oliveira
* Poema publicado no primeiro volume da revista Bodozine, lançado no dia 27 de outubro de 2017, na portaria da Escola Normal Superior (UEA), em Manaus. Na ocasião, Celdo Braga e o escritor Márcio Souza prestigiaram o evento e aproveitaram a oportunidade para se promoverem por meio da doação de uns livros meia-boca. Além disso, aquele recusou o exemplar da revista que recebeu, enquanto este deu uma lição literária valiosa de um escritor experiente aos membros da revista: "Escrevam poesia, porque prosa tem que preencher até o final da linha".
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