A solidão dos invisíveis
A passos largos por ruas vazias
Pedaços de fé fragmentada são jogados pelo chão
Como uma trilha que eu montei
Para que pudesses me encontrar
Ou encontrar meu corpo
Se em algum momento minha alma dele desistir
Quando os lampejos de esperança
Não foram mais o bastante para sustentar
O já insustentável
Porque nessas ruas eu vejo a solidão
Não a que me abraça durante a noite,
mas a que nasce da indigência
Pois nenhuma solidão é mais forte
Do que aquela dos que vocês chamam por miseráveis
A solidão em meio a mil almas
A solidão que fere e mata
Vendemos nossas almas
A preços mais baixos do que pensamos
Quando transformamos o outro em um ser invisível
Quando não nos dispomos nem mesmo a um aceno
“bondade e gentileza não enchem a barriga”
Então além de tirar-lhes o alimento
tiramos-lhe também a humanidade?
E vou-me fragmentando
Pedaço por pedaço
Quando em minha própria inercia não encontro
Uma saída para o labirinto que é viver sentindo todas as dores do outro.
Sem poder, ou sem saber como
curar tantas feridas no mundo.
Anne Caroline
Maravilhoso ��
ResponderExcluirBelíssimo poema!
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