domingo, 19 de janeiro de 2020

Poema: Água, de Breno Lacerda

Domingueiras



Água 
[Incompleto]

Eram dois...
O teu corpo de água desgrenhada
E o meu lençol de colinas suadas,
Duas labaredas ausentes no escuro de minhas mãos.
Naquele labirinto de cetim, onde tu foste ovelha, e eu minotauro anavalhado, sangrei por ti até tornar-me uma poça de mim. Água, tecido de fios mnemônicos, inconsúteis cabelos, que suspendem e evaporam o tempo. Odor que naufraga meu quarto, há tempos teu coral. Hoje, despojos de uma maremoto, barro com marca dos teus pés.

Breno Lacerda

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