segunda-feira, 1 de junho de 2020

Em meio à pandemia, é possível combater o fascismo com as mesmas estratégias de sempre?, por Francinézio Amaral



Em meio à pandemia, é possível combater o fascismo com as mesmas estratégias de sempre?
Por Francinézio Amaral

Ontem, acordei com as intensas movimentações nas redes sociais, devido ao ato puxado por torcidas organizadas e movimentos sociais, em SP. A luta é contra o fascismo que tá querendo avançar sobre o país. Fiquei efusivo, chega o coração acelerou! Foi um sentimento de renovação das esperanças para a luta, nesses tempos sombrios.

No decorrer do dia, as redes se agitaram ainda mais e, inspiradas pelos bravos anti fascistas de SP, muitas pessoas começaram a se organizar, via redes sociais, em várias cidades, pra se juntarem na luta contra o fascismo! Aqui, em Manaus, não foi diferente! É legítimo, sim!

Mas, talvez, a euforia da vontade de combater os canalhas fascistas, tenha deixado passar um dado que creio, ser central e fundamental para se compreender a complexidade da situação. Os ANTIFAS de SP, tinham um inimigo a ser combatido. E eles estavam poucos metros à frente! Esse, sim, é um motivo plausível, para por a própria vida e a de seus familiares em risco, por conta da pandemia de COVID-19. Perceberam?

Pois é, em Manaus, surge um movimento espontâneo, via twitter, que explode e rapidamente convoca um ato, uma aglomeração de pessoas, na cidade com uma das maiores taxas de infecção e mortalidade por COVID-19, com o sistema de Saúde colapsado e onde o Prefeito não conseguiu convencer a população a cumprir o isolamento social e o governador, subjugado aos seus financiadores de campanha e ao mercado, resolveu reabrir o comércio. A questão é, temos, aqui, um inimigo, logo à frente, a ser combatido, como tinha em SP?

Se a resposta for "Sim", então, deve-se seguir em frente e derrotà-los, pois não se dialoga com fascistas! Mas, se a resposta for "Não", se eles não estiverem lá, pra serem enchotados, não há sentido em, quebrarmos o isolamento social e, mesmo sem querer, nos igualamos àqueles que queremos e precisamos combater!

Sim, eu sei, é frustante, perceber isso! Sou de luta, desde que me entendo por gente! Estou angustiado com o isolamento social, vendo o país sendo destruído por uma quadrilha de canalhas milicianos. Quero lutar e ajudar a derrotá-los! Mas, qual o sentido de ir pra uma luta, se o oponente não vai tá na arena, naquele momento?

Essa, é minha avaliação pessoal e não expressa, necessariamente, o posicionamento oficial das instituições que participo. É, portanto, a minha leitura sobre o cenário em tela, como forma de fomentar o debate!

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