terça-feira, 17 de março de 2020

A consolação dos livros, por Victor Leandro

Coluna Segunda Via



A consolação dos livros
por Victor Leandro

No isolamento de nossos claustros, ainda é possível ler. E, com a leitura, libertarmo-nos de nossa imediaticidade opressiva. Com as palavras transitamos, frequentamos esferas estéticas e de pensamento por outros meios inauditas, o que não é de nenhum modo apenas um escapismo. Quando retornamos ao mundo, estamos muito mais certos e resolutos quanto a nossos mais transformadores caminhos.

Claro, existe a grande rede, e existe o audiovídeo. Porém, a forma de experiência que proporcionam é em muitos casos compulsiva e configurada aos limites da imagem. Já nos livros, mais do que o icônico, o que se tem é o imaginário: um corpo mental livre que cria e recria, produz e reproduz, gera e movimenta nas possibilidades do infinito, com acutíssima elaboração.

Só os livros nos dão a hipótese de engendrar outros mundos.

Em tempos como estes em que vivemos, de paralisia e precaução, os livros não apenas nos salvam, mas nos apresentam a viabilidade do devir, fazendo-nos aptos a avançar na existência, independente de seus empecilhos. Enveredemos por eles, e não estaremos sozinhos. Nada nos pode fortalecer mais para a luta que se nos apresenta.

Um comentário:

  1. Nos livros, mergulhamos num mundo que nos abrem os olhos e se prestamos bem a atenção passamos a entender a realidade pela qual está se passando o século XXI.. muito bom o texto.. Victão!!

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