segunda-feira, 23 de março de 2020

O fim dos tempos, por Victor Leandro

Coluna Segunda Via - Especial Quarentena



O fim dos tempos
por Victor Leandro

É preciso ter calma. este ainda não é o fim do mundo. É só o fim do capitalismo.

Não há mais saída para ele. Mesmo na ordem do bem-estar social, as transformações estruturais mostram-se incontíveis. O modelo financeirizado de hoje não pode dar conta das mazelas sanitárias produzidas. Só o que resta é a troca pura e simples, coordenada por agentes organizativos habilitados.

No Brasil de hoje, para variar, o caos chega antes. Vemos o antigoverno paralisado perante o seu fundamentalismo liberal, incapaz de notar que os manuais que utilizam não oferecem respostas para o que estamos vivendo. Junte-se a isso a perversidade do suposto presidente, e o que temos são um conjunto de ordens desorganizadas e estúpidas desde o fundamento. Voltem ao trabalho! não podemos parar por uma gripe! É o que dizem o néscio e os bem guardados patrões, protegidos que estão da pandemia.

Sim, alguns aspectos desse debate ainda não se encontram plenamente esclarecidos. Contudo, não podemos nos dar ao luxo de dirimi-los. Na prática, o povo sofre e precisa de soluções breves. E estas passam por um único ponto, que é a supressão dos mandatários em voga e do sistema que favorece o estatuto da classe dominante. Somente dessa forma poderemos sair da crise e salvarmos a nós mesmos.

Porém, tal não pode ser realizado apenas com palavras, mas com gestos efetivos.

O fim do mundo pode esperar. O que deve se instaurar agora é o momento revolucionário.

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