ódio
remexendo o lixo desta cidade amaldiçoada
deitado nesse chão amargo e frio
sendo devorado pelos mosquitos na madrugada
invisível fantasma
errante e perdido no mundo cão
com uma perfuração a bala
esvaindo da vida
sou eu, Aghata-luz
com fome de sonhos reais
a terra haverá de comer
meus tristes olhos de poeta
mas antes terei o prazer de ver o povo direcionar toda sua fúria nos pescoços
de políticos e atiradores merdas
a morte beijará todos os dias
mil burgueses safados
até não restar sequer as lembranças.
ainda tardam
mas são certas
as nossas flores.
Dom Alencar
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